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HISTÓRIA

– “Tem alguma coisa pra dá?”

O início de um movimento por transformação.

A década de 70 foi marcada pela migração de famílias vindas do Nordeste para os estados do Sudeste e São Paulo foi um dos destinos procurados. O nascimento e crescimento de algumas áreas da cidade aconteceu de forma desordenada e, muitas vezes, longe das ações diretas do Poder Público; dessa forma as comunidades surgiam sem condições mínimas de canalização/ saneamento, iluminação, segurança, educação, saúde e assistência.

Buscando mudar esse cenário o grupo que reunia Ute Craemer, Renate Keller, Paulo Ignácio, Aparecido Cândido (Cido), Michael Blaich e moradores da Favela Monte Azul iniciaram o processo de urbanização. Com mutirões comunitários e mobilizações junto ao poder público as a estrutura mínima de moradia (como canalização do córrego, água, energia elétrica) começou a ser instalada. Paralela à estruturação física, a demanda por serviços de saúde, educação e assistência também era intensa e necessária. Assim, de forma improvisada, um Centro de Convivência foi instalado na casa de Ute Craemer, recebendo as crianças da favela e os alunos da Escola Rudolf Steiner, na qual Ute era professora. A aproximação entre as classes sociais e o compartilhamento de experiências e saberes era a intenção central, além da oferta de atividades recreativas.

No centro da favela o Ambulatório Médico Terapêutico, construído com madeira, atendia à população com consultas clínicas e acompanhamento de gestantes, realizando também, partos naturais. A parteira alemã Angela Gehrke da Silva e Dr. Michael Blaich eram os voluntários responsáveis pelas ações do Ambulatório.

O atendimento contribuía com os moradores, porém a demanda exigia algo mais estruturado. Diversas ações para arrecadação de recursos foram realizadas, mas foi a doação de uma criança cuja família conheceu a Associação em uma palestra realizada por Ute Craemer na Alemanha, que possibilitou a construção de espaços adequados aos atendimentos às crianças, familiares e demais pessoas da comunidade.

Em 1979 houve a formalização da Associação Comunitária Monte Azul e a partir desse momento a busca por recursos teve como foco a qualificação das estruturas e equipamentos, a constituição da equipe e a gestão dos processos. Atualmente Poder Público, empresas, fundações e pessoas físicas contribuem para que os programas e projetos aconteçam dentro da proposta baseada na Antroposofia e Pedagogia Waldorf. Com o passar dos anos, as necessidades mudaram e a Associação também. Hoje ainda existem necessidades básicas de moradia e saúde, mas expectativas de desenvolvimento profissional, cultural, alimentação saudável e participação efetiva na sociedade são presentes em adolescentes, jovens e adultos.

Aos 44 anos de existência, a Associação Comunitária Monte Azul tem muitas ideias, sonhos e desafios pela frente e, para que se tornem realidade, essa nova etapa envolve uma mobilização de pessoas, organizações e comunidades que, juntos, contribuam para a potencialização dos resultados já conquistados.

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1980 mulheres da favela na mina lavando roupa

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1984 a mina revestida de concreto

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Em mutirões os moradores construíram uma padaria

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Mas o esgoto ainda escorria pelas vielas

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2002 finalmente começou a urbanização

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O esgoto foi canalizado

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Chegou concreto para a cobertura

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E depois terminaram com a rua principal pela favela

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E a mina tornou-se numa piscina